domingo

PS de Nisa comemora o 25 de Abril

O Partido Socialista de Nisa celebrou mais uma vez o 25 de Abril, com um jantar que contou com a presença de mais de meia centena de socialistas, na sede do Sport Nisa e Benfica.



quarta-feira

Assembleia Municipal Ordinária de 24 de Abril de 2009

Com início às 14H30, no Auditório da Biblioteca Municipal de Nisa, e com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS:

1. Período de antes da ordem do dia
. Assuntos para conhecimento
. Informações dos Eleitos
2. Informação sobre a actividade municipal e situação financeira (alínea e) do nº 1 do Artº 53º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro)
3. Acta Nº 2/2009, da Sessão Ordinária de Fevereiro/2009 (27/02/2009)
4. Prestação de Contas do Município de Nisa do Ano de 2008
5. Inventário dos bens, direitos e obrigações patrimoniais do Município de Nisa do Ano de 2008
6. 2ª Revisão às Grandes Opções do Plano do Município de Nisa do Ano de 2009
7. 2ª Revisão ao Orçamento da Receita e Despesa do Município de Nisa do Ano de 2009
8. Empréstimo de longo prazo para o investimento “Construção Paisagística da Área Envolvente ao Complexo Termal, até ao valor de 1.400.000,00€”. Apreciação das propostas.
9. Empréstimo de médio e longo prazo, até ao valor de 601.350,00€, no âmbito do rateio de 2004. Prorrogação do prazo.
10. Construção do novo Centro de Saúde Nisa. Assinatura de Protocolo entre o Município de Nisa e a ULSNA-Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano.
11. Designação de dois representantes da Assembleia Municipal de Nisa na Comissão Municipal de Protecção Civil.
12. Prestação de homenagem a título póstumo.
13. Intervenção de munícipes
14. Comemorações do 35º Aniversário do 25 de Abril

Europa 2009


Os homens europeus descem sobre Marrocos com a missão de recrutar mulheres. Nas cidades, vilas e aldeias é afixado o convite e as mulheres apresentam-se no local da selecção. Inscrevem-se, são chamadas e inspeccionadas como cavalos ou gado nas feiras. Peso, altura, medidas, dentes e cabelo, e qualidades genéricas como força, balanço, resistência. São escolhidas a dedo, porque são muitas concorrentes para poucas vagas. Mais ou menos cinco mil são apuradas em vinte e cinco mil. A selecção é impiedosa e enquanto as escolhidas respiram de alívio, as recusadas choram e arrepelam-se e queixam-se da vida. Uma foi recusada porque era muito alta e muito larga.

São todas jovens, com menos de 40 anos e com filhos pequenos. Se tiverem mais de 50 anos são demasiado velhas e se não tiverem filhos são demasiado perigosas. As mulheres escolhidas são embarcadas e descem por sua vez sobre o Sul de Espanha, para a apanha de morangos. É uma actividade pesada, muitas horas de labuta para um salário diário de 35 euros. As mulheres têm casa e comida, e trabalham de sol a sol.

É assim durante meses, seis meses máximo, ao abrigo do que a Europa farta e saciada que vimos reunida em Lisboa chama Programa de Trabalhadores Convidados. São convidadas apenas as mulheres novas com filhos pequenos, porque essas, por causa dos filhos, não fugirão nem tentarão ficar na Europa. As estufas de morangos de Huelva e Almería, em Espanha, escolheram-nas porque elas são prisioneiras e reféns da família que deixaram para trás. Na Espanha socialista, este programa de recrutamento tão imaginativo, que faz lembrar as pesagens e apreciações a olho dos atributos físicos dos escravos africanos no tempo da escravatura, olhos, cabelos, dentes, unhas, toca a trabalhar, quem dá mais, é considerado pioneiro e chamam-lhe programa de 'emigração ética'.

Os nomes que os europeus arranjam para as suas patifarias e para sossegar as consciências são um modelo. Emigração ética, dizem eles.

Os homens são os empregadores. Dantes, os homens eram contratados para este trabalho. Eram tão poucos os que regressavam a África e tantos os que ficavam sem papéis na Europa que alguém se lembrou deste truque de recrutar mulheres para a apanha do morango. Com menos de 40 anos e filhos pequenos.

As que partem ficam tristes de deixar o marido e os filhos, as que ficam tristes ficam por terem sido recusadas. A culpa de não poderem ganhar o sustento pesa-lhes sobre a cabeça. Nas famílias alargadas dos marroquinos, a sogra e a mãe e as irmãs substituem a mãe mas, para os filhos, a separação constitui uma crueldade. E para as mães também. O recrutamento fez deslizar a responsabilidade de ganhar a vida e o pão dos ombros dos homens, desempregados perenes, para os das mulheres, impondo-lhes uma humilhação e uma privação.

Para os marroquinos, árabes ou berberes, a selecção e a separação são ofensivas, e engolem a raiva em silêncio. Da Europa, e de Espanha, nem bom vento nem bom casamento. A separação faz com que muitas mulheres encontrem no regresso uma rival nos amores do marido.

Que esta história se passe o século XXI e que achemos isto normal, nós europeus, é que parece pouco saudável. A Europa, ou os burocratas europeus que vimos nos Jerónimos tratados como animais de luxo, com os seus carrões de vidros fumados, os seus motoristas, as suas secretárias, os seus conselheiros e assessores, as suas legiões de servos, mais os banquetes e concertos, interlúdios e viagens, cartões de crédito e milhas de passageiros frequentes, perdeu, perderam, a vergonha e a ética. Quem trata assim as mulheres dos outros jamais trataria assim as suas.

Os construtores da Europa, com as canetas de prata que assinam tratados e declarações em cenários de ouro, com a prosápia de vencedores, chamam à nova escravatura das mulheres do Magreb 'emigração ética'. Damos às mulheres 'uma oportunidade', dizem eles. E quem se preocupa com os filhos? Gostariam os europeus de separar os filhos deles das mães durante seis meses? Recrutariam os europeus mães dinamarquesas ou suecas, alemãs ou inglesas, portuguesas ou espanholas, para irem durante seis meses apanhar morango? Não. O método de recrutamento seria considerado vil, uma infâmia social. Psicólogos e institutos, organizações e ministérios levantar-se-iam contra a prática desumana e vozes e comunicados levantariam a questão da separação das mães dos filhos numa fase crucial da infância. Blá, blá, blá. O processo de selecção seria considerado indigno de uma democracia ocidental. O pior é que as democracias ocidentais tratam muito bem de si mesmas e muito mal dos outros, apesar de querem exportar o modelo e estarem muito preocupadas com os direitos humanos. Como é possível fazermos isto às mulheres? Como é possível instituir uma separação entre trabalhadoras válidas, olhos, dentes, unhas, cabelo, e inválidas?

Alguns dos filhos destas mulheres lembrar-se-ão.
Alguns dos filhos destas mulheres serão recrutados pelo Islão.
Esta Europa que presume de humana e humanista com o sr. Barroso à frente, às vezes mete nojo.

Clara Ferreira Alves

Páscoa 2009


sexta-feira

Dra. Idalina Trindade, candidata à Câmara Municipal de Nisa pelo PS, dá entrevista ao Acção Socialista* de 24/03/2009


Idalina Trindade, candidata ao município
“Nisa merece uma Câmara do PS”


A gestão “facilitista” e “despesista” do actual Executivo camarário da CDU irá dar lugar a uma “nova atitude” na gestão municipal que tem de ser a “força motora” de uma “nova dinâmica económica e social”, afirma a candidata do PS à presidência da autarquia de Nisa, em entrevista ao “Acção Socialista”. Idalina Trindade refere ainda que uma câmara dirigida pelos socialistas estará preocupada, em primeira linha, “com as necessidades de emprego e de qualidade de vida dos seus cidadãos”. Nesse sentido, acrescenta que “Nisa merece uma câmara do PS” para a “construção de um concelho mais próspero”.

Com que espírito parte para esta batalha de colocar os socialistas à frente dos destinos de Nisa?
Desde logo com o espírito que a população de Nisa, que me viu nascer e conhece o meu percurso de vida, quer como estudante quer como profissional sabe que me caracteriza a determinação, combatividade sem receios de qualquer espécie e sentido de responsabilidade para alcançar objectivos. Com a convicção de ser capaz e me sentir preparada para fazer mais e melhor pela minha terra que sempre defendi e sinto que se revê nesta minha forma empreendedora de encarar a vida com optimismo e crença de que um futuro melhor depende da nossa capacidade de intervenção. A corrente de esperança que vários sectores da população claramente transmitida e até clamada por uma alternativa credível de mudança à actual gestão autárquica de maioria CDU, foram determinantes para não enjeitar e antes abraçar este desafio de restituir confiança nas mulheres e nos homens do PS na busca das melhores soluções e respostas para os problemas do concelho.

Quais os principais trunfos que o PS tem para conquistar a Câmara à CDU?
O PS local parte para esta batalha eleitoral unido e coeso em torno de dois filhos da terra (cabeça-de-lista para a Câmara e para a Assembleia Municipal), gente que tem Nisa nas entranhas e que não está neste projecto de construção para se afirmar individualmente, outrossim para trabalhar num projecto colectivo, pela terra, com os da terra e para os da terra. O povo do concelho compreende esta linguagem e sabe que pode confiar que o novo município do PS irá fazer deste lema uma prática efectiva. O trunfo principal do PS nesta “cruzada” de conquista da Câmara à CDU é a integridade e a capacidade de envolvimento e de realização dos seus protagonistas, a solidez do grupo e um forte sentido de solidariedade e de confiança nas competências dos nossos conterrâneos, não apenas para o desempenho de funções políticas mas para a assumpção de funções técnicas no quadro organizacional do município designadamente ao nível da empresa municipal – a importação sistemática de mão de obra sucedânea e de padrão técnico-ciêntífico não superior à oferta existente no concelho à qual não tem correspondido a fixação de novas famílias na sua sede ou nas suas freguesias, inverte o objectivo para nós essencial de combater a desertificação no nosso território.

Em que linhas de força assenta o projecto do PS para travar a desertificação no concelho?
Quando há 16 anos atrás, como independente, aceitei encabeçar a lista do PS à Câmara de Nisa, animava-me essencialmente a crença própria da juventude na capacidade inesgotável de dar o meu contributo para a construção de um concelho mais próspero, de uma gestão municipal mais solidária e eficaz, direccionada para a necessidade de ouvir as pessoas e de conseguir realizar obra correspondente aos seus anseios e que assumiam principal enfoque nas áreas social e económica.
Eram então imprescindíveis medidas gestionárias de apoio às populações carenciadas das aldeias, gente que vivia só, com dificuldades económicas, sociais, de mobilidade, de acesso à saúde, jovens que se tinham ausentado para prosseguir os seus estudos, e que, como eu, voltavam à terra natal com o firme propósito de aqui se fixarem, trabalharem, constituírem família. Era pois também necessário realizar e captar investimento gerador de riqueza e de emprego. Então, como agora, o cenário não é infelizmente muito diferente
Assim, é preciso estimular o investimento na área da prestação de serviços de qualidade à terceira idade numa perspectiva territorial de corresponder à procura interna concelhia, mas também regional e nacional.
Mas também potenciar e melhorar a qualidade da oferta turística existente para atractivo e garante de fluxos permanentes de famílias em idade activa e respectivos descendentes para o desfrute da oferta termal e actividades lúdicas na proximidade regular dos familiares mais idosos. Esta equação “activo+inactivo” = oportunidade de negócio pode ser o “click” na especialização do concelho de Nisa, para marcar a diferença e provocar o efeito multiplicador que o débil tecido económico carece.

Que balanço faz da gestão da CDU à frente da autarquia e que medidas e acções considera necessárias para aproveitar as potencialidades de Nisa?
Mais do que de palavras bonitas é necessária uma atitude responsável e empenhada na construção de uma rede de oferta turística e gastronómica que assente em padrões de qualidade e capaz de dar resposta a um segmento da sociedade contemporânea cada vez mais ávido por “consumir” natureza e património nas suas mais variadas asserções, construído, cultural, gastronómico, ambiental, ecológico. Felizmente o concelho de Nisa é riquíssimo nesta panóplia de opções de lazer, sendo que a sua situação geográfica de centralidade relativamente ao todo nacional e a proximidade da vizinha Espanha lhe conferem, naturalmente, uma posição estratégica privilegiada que outros territórios não têm. A existência de um recurso termal de água sulfurosa, os 43 quilómetros de velho Tejo que banham a norte o concelho e a sua inserção geográfica no Geopark Naturtejo constituem eixos estratégicos que é necessário desenvolver como produto turístico. Enquanto municípios vizinhos constroem e concessionam infra-estruturas com aptidão para gerar riqueza e postos de trabalho através da mobilidade de pessoas com destino aos seus territórios, o actual executivo municipal mostrou-se inábil e revelou total irresponsabilidade a ponto de permitir por bonomia, inércia e incapacidade gestionária notória o encerramento do Complexo Turístico “Albegaria Penha do Tejo” e a sua total vandalização, destruição e furto de equipamentos, alguns ainda por estrear. Com este péssimo exemplo parece-me evidente que não se pode confiar em tais pseudo-protagonistas do desenvolvimento económico do concelho de Nisa para assegurar o sucesso que todos desejamos na exploração do Novo Complexo Termal, ainda em construção, mas que já conta com gestores e directores pagos a peso de oiro.

Que mudanças podem esperar os habitantes de Nisa de uma gestão socialista com Idalina Trindade presidente da câmara?
Os munícipes do meu concelho e meus concidadãos de corpo inteiro podem contar comigo porque os considero os melhores de entre os melhores para serem os verdadeiros obreiros dos legados que pretendem deixar aos seus vindouros. Sei que acreditam no espírito independente, livre e pluralista que me anima nesta batalha de querer sentir orgulho de ter nascido em Nisa. A população conhece-me, sabe que todos os dias parto para a vida em combate, que não baixo os braços às adversidades e que não me deixo acantonar por conveniências pessoais. Fazer política significa partilhar problemas e buscar soluções, com ética e com sentido de justiça, esta atitude, os munícipes do meu concelho sabem que podem esperar do PS. A gestão facilitista e despesista do actual executivo camarário irá dar lugar a uma nova atitude na gestão municipal que tem de ser a força motora, mas não a única, e em parceria com os agentes privados numa nova dinâmica económica e social irá dar exemplo de boas práticas, com respeito pela diversidade ideológica e impedir que em nome de um pseudo-progresso se mutilem as referências afectivas do povo de Nisa que constituem património da nossa história. Comigo, haverá uma câmara preocupada, em primeira linha com as necessidades de emprego e de qualidade de vida dos seus habitantes e descendentes, antes de gastar energias e recursos na resolução dos problemas dos que cá não estão, dos que cá não investem, mas que cá vêm para se aproveitarem de nós como se fôssemos tolos ou ignorantes incapazes de agir ou de contornar obstáculos. Eis o que a população do concelho de Nisa pode esperar do PS à frente dos destinos do concelho. Nisa merece uma Câmara do PS.
* Órgão oficial do Partido Socialista, distribuído pelos seus militantes.