segunda-feira

Artigo de opinião: "Quem são os responsáveis? Depois das “Albergarias”, agora as Termas de Nisa"

Estrategicamente em véspera de eleições autárquicas, a 1 de Agosto de 2009, as partes envolvidas no processo de construção do Complexo Termal da Fadagosa estiveram presentes em Nisa. Estávamos nesse dia a horas de ir ver o “Neguinho da BeijaFlor” à última das Nisartes. Tínhamos então na inauguração do Complexo, uns a representar o grande investimento vindo dos Fundos Estruturais e do Governo, daí a presença de Sua Exa. o Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, ou do último dos Governadores Civis, devido ao papel importante que teve também para a concretização do projecto, ao mesmo tempo que outros tentavam abarcar para si a bandeira da realização e da oportunidade. Para isso basta recordar a deselegância do discurso pleno de indirectas efectuado pela Presidente da Câmara ou a falta dos principais vultos presentes, nomeadamente nos discursos, nas fotografias oficiais expostas no site da Câmara Municipal.


Passados praticamente dois anos, e com este desfecho da extinção da empresa municipal Ternisa, quase somos obrigados a pensar que nem a própria valquíria terá agora local para ostentação.


Por mais que possamos nutrir simpatia por alguns políticos que nos envolvem, a política implica responsabilidade. E em Nisa os políticos responsáveis pela gestão do concelho estão identificados. E têm nomes. A actual Presidente da Câmara, Gabriela Tsukamoto, vai já no 3.º mandato e é a principal responsável por tudo o que se passou durante o seu período de edil do concelho, para além de neste mandato, e em termos executivos, termos ainda mais um responsável da CDU e que responde como Vice-presidente da Câmara.


Ainda que se acredite na boa vontade, foram defraudadas as expectativas das pessoas que viram um possível crescimento e progresso do seu concelho, ou as pessoas que sorriram e deixaram outras felizes em redor, pelo facto de terem um possível local de trabalho garantido. Com o evoluir do tempo se percebeu que tal não passaria de um fiasco e o único intuito foi ganhar as eleições e manter os mesmos de sempre no poder e os status quo implantado.


Depois da Albergaria Penha do Tejo, para além de outros “albergues” públicos que servem só para alguns, e que o diga a CDU, temos agora o Complexo Termal completamente à beira do abismo e temos a notícia que Nisa é um dos Municípios em endividamento excessivo por causa do Orçamento de Estado para 2012, o que só vem a somar à gestão desastrosa dos últimos anos, de que resultou um nível de endividamento, sem resultado prático, nunca antes visto. Mas tentar tapar tudo isto, imputando responsabilidades ao Estado, será sempre uma escapadela fácil, esquecendo alguns que foi esse mesmo Estado que propiciou, por exemplo, a construção do Complexo Termal que viemos a ter. E todo o afundar deste concelho só tem a ver com uma contínua incapacidade de negociação e realização, de quem gere este concelho, e está amordaçado pelo próprio partido, em vez de estar do lado do Povo.


Outros problemas surgem agora, como a problemática da reorganização administrativa ou os cortes na saúde e das extensões da mesma que chegam às nossas aldeias. E é por esse motivo que cada vez mais os nisenses deverão estar unidos, até porque o concelho é nosso e há alguns com quem nós sabemos há muito que já não poderemos contar, por mais que não queiram assumir a sua incapacidade para gerir.


Por fim, vimos a saber que o Vice-presidente, Manuel Bichardo, na última reunião de Câmara, apresentou o seu pedido de demissão da ADN. Vêm aí mais surpresas desagradáveis para os munícipes deste concelho? Não estará o Povo de Nisa a passar cheques em branco a mais? O PS continua atento.


domingo

"Assembleia Municipal de Nisa aprova extinção da Ternisa"

Deputados Municipais do PS em Assembleia Municipal em Tolosa
A Assembleia Municipal de Nisa (AMN) aprovou esta sexta-feira, 21 de Outubro, a extinção da Ternisa, empresa municipal criada para assegurar a exploração e conservação do Complexo Termal da Fadagosa de Nisa, inaugurado em Maio de 2009.
Os consecutivos resultados de exploração negativos e o passivo acumulado de, pelo menos, um milhão de euros, estão na origem da proposta do executivo camarário e aprovada em Assembleia Municipal, tendo sido nomeada uma Comissão de Liquidação.
À Comissão de Liquidação, constituída pelos membros do executivo camarário e que estes pretendem ver alargada a um representante de cada uma das forças políticas com assento na Assembleia Municipal, cabe agora o apuramento das contas e património da Ternisa e assegurar o pagamento dos débitos. Este grupo de representantes tem ainda por missão apresentar alternativas ao actual modelo de gestão, que podem passar, por exemplo, pela concessão do Complexo Termal a privados ou outra solução.
Enquanto a Comissão de Liquidação estiver em funções, prazo que deve estender-se por seis meses, de acordo com o que já havia sido sugerido em reuniões do executivo, o Complexo Termal da Fadagosa continua a funcionar, já que conforme foi sublinhado pelo vereador Sena Cardoso, “em causa está a extinção da Ternisa e não do Complexo Termal, que são as instalações, os equipamentos e as águas, que são recursos que devem continuar a ser explorados”.

Teresa Melato

quarta-feira

Orçamento de Estado para 2012: Portalegre é o distrito que menos recebe e que mais verbas perde em relação a 2011

Portalegre é o distrito do país que perde mais verbas das transferências do Orçamento de Estado para 2012, recebendo menos 5,1 por cento do que em 2011.
No continente a região do Alto Alentejo é também a que menos verbas vai receber no próximo ano, com 72,9 milhões de euros.
Ainda no Alentejo, o distrito de Beja recebe mais 24,1 milhões do que Portalegre e o de Évora mais 6,7 milhões.
Em 2012, o mapa de transferências para os 308 municípios estabelece uma verba de cerca de 2,2 mil milhões de euros, menos 4,7% do que em 2011.
Do total dos 2,2 mil milhões de euros, os municípios recebem 1,7 mil milhões de euros são relativos ao Fundo de Equilíbrio Financeiro (FEF), 140,5 milhões ao Fundo Social Municipal (FSM) e 391,4 milhões de euros das transferências de comparticipações no IRS a que têm direito.
Os municípios de Lisboa recebem 238,4 milhões e os do Porto 233,3 milhões.
Os municípios do distrito de Aveiro recebem um total de 136 milhões de euros, os de Braga 158,3 milhões, os de Coimbra 107 milhões, os de Santarém 127,5 milhões, os de Setúbal 112,4 milhões e os de Viseu 143,1 milhões.
Recebem menos de cem milhões de euros no total os municípios de Beja (97 milhões), Bragança (90,6 milhões), Castelo Branco (86,6 milhões), Évora (79,6 milhões), Faro (82,7 milhões), Guarda (94,5 milhões), Leiria (95,1 milhões), Portalegre (72,9 milhões), Viana do Castelo (78,8 milhões) e Vila Real (94 milhões).
Em relação ao ano anterior, Portalegre é o distrito que perde mais (recebe menos 5,1% das verbas) e Faro (com menos 3,6%) o que perde menos.
Aveiro, Évora e Vila Real recebem menos 5% em relação a 2011, aos concelhos de Beja, Castelo Branco e Viana do Castelo é-lhes retirado 4,7%, Braga, Coimbra, Santarém, Setúbal e Viseu ficam com menos 4,9%.Os distritos de Guarda, Leiria e Porto perdem 4,8%, Bragança 4,3% e Lisboa 4,0% em relação ao OE de 2011.
Gabriel Nunes / Lusa

Dívida pública em Portugal

terça-feira

Artigo de opinião: "Concelho de Nisa: uma freguesia nas mãos da CDU?"

Com todo o respeito que merecem todas as freguesias deste país, nomeadamente as nossas, a ligeireza de gestão deste concelho, associada a uma falta de complexidade especializada na organização, que naturalmente este concelho pediria, transmitem que os “responsáveis” da CDU pensam estar a gerir uma instituição com organização administrativa muito limitada e reduzida. Ainda que tal não se passe na maioria das freguesias deste concelho, bastará ainda ver como são tratados os eleitos locais, através da falta de informação e transparência, ou as pessoas individuais ou colectivas não “fidelizadas”.

O anseio da CDU é assim que alguns recebam bem os panfletos do STAL, que digam mal do partido que esteja no Governo e que coloquem a cruzinha à frente da foice e do martelo no dia das eleições. Não interessa se a CDU, só para destruir Governos do PS, se coloca ao lado dos partidos da chamada direita. O que interessa é deixar alguns “embevecidos” nas mãos, para ir mantendo uns laivos de poder, por aqui e por ali, mais para o lado dos “sules” que é onde ainda restam.

Desenvolvimento zero. Progresso zero. Transparência zero. Estes seriam os reais slogans que a CDU deveria espalhar pelas localidades e ruas do concelho. E substituir os “pindericos” que se encontram atados nos postes há mais de 10 anos, que apresentam a forma feia, desorganizada e descolorida como deixam as ruas do nosso concelho.

Para além disso, tentam também sanear a voz dos partidos da oposição, de várias formas reconhecidas, bastando, por exemplo, relembrar como foram silenciadas as vozes dos restantes partidos em Nisa nas comemorações deste ano do 25 de Abril. Mas há outras “instituições” em Nisa, que apregoam isenção e se preenchem de alguns vultos de reconhecida maturidade, também na diáspora, que deveriam ter gosto e responsabilidade em fomentar um adequado debate político, social e económico do concelho, mas não o fazem, sem ninguém chegar a perceber essa recusa ou o próprio limite da sua existência.

Aproximamo-nos assim da metade deste mandato. Dois anos que estão à vista de todos. Ainda que os eleitos do PS, nomeadamente os seus Vereadores, tenham apresentado um sem número de propostas e alternativas para a gestão vigente, sabemos que a Albergaria Penha do Tejo continua na mesma, as nossas Termas de Nisa atravessam dificuldades com uma dimensão não prevista e a própria Singranova teve que entrar em processo de encerramento. Tudo feito sempre com a habitual falta de transparência e de informação. Para onde caminhamos? Algo nos resta? Quem nos lidera tem soluções? Não.

Revisitado este verão, e pelo nosso concelho, pudemos partilhar momentos de dinamização caseira, e ainda bem, principalmente no período em que tivemos os nossos emigrantes perto de nós. Já lá vai o tempo, em que uma responsável política deste concelho (muito conhecida) dizia que quem merecia uma estátua não eram os emigrantes, que foram à procura de melhores dias para si e para os seus, mas os que nunca chegaram a sair e ficaram a trabalhar no concelho, ainda que à fome …

O XVIII Congresso Nacional do PS voltou a receber a representação de Nisa. Com mais militantes, a concelhia de Nisa do PS teve direito agora a mais um delegado, mas recebeu também a agradável surpresa de ter pelo menos mais um delegado nisense em representação, imagine-se, de uma concelhia dos Açores. Aqui e “lá fora”, os nisenses continuam atentos, e anseiam que o seu concelho lhes traga melhores dias. O PS em Nisa irá continuar a trabalhar, de forma adequada e sem precipitações, para que um dia, próximo se possível, consigamos transportar este concelho para o lugar que legitimamente merece.