segunda-feira

Artigo de opinião: "Com o aprofundar do 1.º Encontro entre Socialistas de Nisa e Cedillo em 2006, relações transfronteiriças dão os seus frutos"



Em Novembro de 2006, realizou-se o 1.º Encontro Transfronteiriço entre Partidos Socialistas de Nisa e Cedillo. O programa iniciou-se com uma reunião no salão nobre do Ayuntamiento de Cedillo, com a presença de socialistas de ambos os lados da fronteira, onde os temas principais debatidos foram a necessidade de uma ligação física contínua entre os dois países, para além de uma partilha de exemplos de relacionamento que decorreram ao longo da história e os motivos que continuam a unir as suas populações. Durante o resto do dia foram visitados lugares de interesse, para além do devido convívio entre todos os participantes.

De entre os vários órgãos de comunicação social presentes, transmitiria o “El Periódico de Extremadura”, “el secretario general del PSOE de Cedillo, Miguel Ángel Morales, y su homólogo en el municipio portugués de Nisa, Marco Olivera, han acordado redactar un documento para solicitar que se habilite un paso que una ambos municipios, ahora separados por los ríos Server y Tajo y sin una via de comunicación directa que les comunique.”

Desde essa altura que têm sido aprofundados os contactos daí resultantes, trocas de reuniões, convites para participação em eventos ou o acompanhamento da evolução, em completa sintonia com os socialistas da “mancomunidad” da Serra de São Pedro. Já mais recentemente, e no âmbito do XIV Congresso da Federação Distrital de Portalegre do PS, que se realizou em Campo Maior, foi apresentada uma Moção Sectorial pela Concelhia de Nisa, sobre o tema da ligação física e humana transfronteiriça, e aprovada por unanimidade.

Para além do restante trabalho efectuado, esta relação estreita resultou no anúncio em finais de Dezembro da construção da ponte para unir Cedillo e Montalvão, explicando a RTP que “Espanha vai ficar mais perto de Nisa, no norte alentejano. O Governo espanhol quer construir uma ponte para ligar a povoação de Cedillo (Cáceres) à aldeia portuguesa de Montalvão, no concelho de Nisa (Portalegre). A obra pode começar dentro de um ano, ao abrigo do Programa Tejo Internacional, que conta com dinheiro europeu.”

Sabemos também nesta altura que o barco turístico espanhol “Balcon del Tajo” (Varanda do Tejo) será lançado no Tejo e irá percorrer uma “zona restrita” do Parque Natural do Tejo Internacional a partir de Fevereiro/Março de 2011. O objectivo é promover o turismo, enquanto se divulga a fauna e a flora características do Tejo Internacional. A iniciativa insere-se no Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal, que é coordenado pela Diputación Provincial de Cáceres, num projecto orçamentado em 7,4 milhões de euros, sendo que 507 mil euros são destinado a este navio.

Os socialistas de Nisa congratulam-se assim com o resultado deste estreitar de relações, sendo de destacar especialmente o trabalho dos nossos congéneres socialistas de Cedillo e Herrera de Alcántara, localidades geridas por socialistas do PSOE que detêm maioria absoluta nos seus Ayuntamientos, contra as limitações de visão a que a população de Nisa está sujeita com a gestão comunista deste concelho, que nem participa ou se faz representar nos eventos para os quais são convidados pelo lado espanhol.

Com este cenário, e com o aproveitamento prático do Tejo, que também tem sido dado pelos Municípios de Vila Velha de Ródão, com os seus passeios turísticos, ou do Gavião, com praia fluvial e área de prática de desportos náuticos, o concelho de Nisa fica assim rodeado e colocado num buraco, com mais de 40 km de Tejo navegável, sem qualquer tipo de aproveitamento. Este é o ponto a que chegamos!

terça-feira

Artigo de opinião: "Sra. Presidente: com Moção de Censura aprovada, siga o que a maioria deseja, ou governe com o seu Orçamento"

Muitos pensarão que a apresentação e aprovação da Moção de Censura na Assembleia Municipal de Nisa terá a ver com o Orçamento ou as GOP’s apresentadas pela actual Presidente da Câmara, mas não foi propriamente por isso. Nem foi devido ao acréscimo de 75% do endividamento líquido em 2 anos, e “per capita“, em termos nacionais, quase 4 vezes superior à média nacional. Nem foi devido ao facto do endividamento de Médio e Longo prazo ter sofrido um agravamento de 227%, ou seja, o que faz com que, ao iniciar-se este ano, já todas as receitas que se irão receber ao longo de 2011, estejam comprometidas.

Nem interessará aqui transmitir que os Vereadores do PS terão feito a devida análise responsável ao Orçamento e terão reclamado orientações estratégicas, como a redução acentuada da despesa, a redução da dívida, ou o comprometimento apenas com as obras que tenham uma forte comparticipação central ou comunitária, e a capacidade para apoiar quer as Freguesias, quer o Associativismo.

Mas também não terá sido devido ao facto do número de trabalhadores do actual Quadro de Pessoal do Município de Nisa ser já 3 vezes superior à média nacional. Nem foi devido ao facto das Grandes Opções do Plano para 2011 terem certas limitações, como um número de obras previstas para 2010 que não foram concretizadas e que têm de transitar para 2011, o que obrigou os Vereadores do PS a apresentarem propostas realistas a serem prosseguidas, como a manutenção do fornecimento das refeições escolares, o avanço da obra de ampliação da Zona de Actividades Económicas, o avanço do novo Parque Desportivo de Nisa (protocolo de cedência temporal de terrenos do Sport Nisa e Benfica), ou o avanço definitivo da obra da sede da Sociedade Musical Nisense. Já para não falar de um conjunto de pequenas obras como a prometida cobertura da zona de Táxis, na Praça da República em Nisa.

Não. Esta Moção de Censura foi apresentada no sentido de protestar quanto à forma como a actual Presidente da Câmara trata os restantes eleitos do Município, desde o próprio Presidente da Assembleia Municipal, aos restantes membros da Assembleia, ou até mesmo os Presidentes de Junta de Freguesia, sujeitos continuamente a represálias desde que não vão ao encontro dos agrados da Sra. Presidente. Além disso não respeita as decisões dos órgãos políticos do concelho, não cumpre os prazos estabelecidos na Lei, nem cumpre com o devido pagamento às Juntas de Freguesia. E só confirmou essa falta de respeito com o abandono da última sessão da Assembleia Municipal de 2010.

“O mecanismo do Voto de Censura surgiu em Março de 1782, no Reino Unido, após a derrota do exército britânico na Revolução Americana. O Parlamento britânico aprovou uma Moção afirmando que seus integrantes não mais confiavam nos Ministros. O então Primeiro-ministro Lord North apresentou então seu pedido de renúncia ao Rei Jorge III.”

Está o recado dado pela maioria dos eleitos locais.