quarta-feira

II Encontro Nacional de Freguesias da ANAFRE, em Matosinhos - Conclusões




 
CONCLUSÕES

1 – Os Autarcas de Freguesia continuam a rejeitar, liminarmente, o modelo de reforma administrativa indicado pela Lei nº 22/2012, exigindo a sua revogação.

2 – Os Autarcas de Freguesia repudiam, vivamente, todo o processo da Reorganização Administrativa Territorial Autárquica, centrada na decisão de Assembleias Municipais, Órgãos exógenos às Freguesias.

3 – Os Autarcas de Freguesia presentes estão convictos de que a extinção/agregação de Freguesias nada contribuirá para a redução da despesa pública; outrossim, despertará novos gastos para um pior serviço público às populações.

4 – Os Autarcas de Freguesia, participantes no 2º ENCONTRO, recomendam aos Presidentes de Junta, representantes das respetivas Assembleias Municipais no Congresso Nacional dos Municípios Portugueses, que exortem os Autarcas de Município a exigirem, perante a Unidade Técnica, o caráter vinculativo dos seus pareceres;

5 – Os Autarcas de Freguesia entenderam, ainda, deliberar:

Ø Que não vão baixar os braços, perante a Lei publicada e as Leis futuras, mas mobilizarem-se, numa atitude de justa resistência;

Ø Que, junto da Presidência da República, do Governo, das instâncias judiciais nacionais, devem fazer valer as razões do seu combate;

Ø Que a Assembleia da República seja consciencializada do dever de atender a vontade das populações, respeitando os seus pareceres, porque,

Ø Uma Reforma Administrativa Local que se pretenda coerente e inteligente, deve respeitar o princípio da adesão voluntária, auscultando as populações, envolvendo Autarcas, defendendo a autonomia e identidade locais;

6 – Os Autarcas presentes incentivam a ANAFRE a continuar na linha de rumo até agora prosseguida, rejeitando que alguma reforma avance, nos termos propostos.

7 – Os Autarcas presentes no 2º Encontro Nacional de 15 de setembro de 2012, recomendaram à ANAFRE que sensibilizasse a Administração Central e os Partidos Políticos para a complexidade das repercussões de uma reorganização territorial feita sem prudência:

Ø no âmbito da nova geometria autárquica,

Ø na alteração e domínio dos novos sistemas informáticos,

Ø na notificação das novas condições aos cidadãos eleitores,

Ø na elaboração das listas concorrentes,

Ø nos seus reflexos sobre o recenseamento eleitoral,

Ø na organização dos cadernos eleitorais,

Ø na nova logística própria dos atos eleitorais,

Ø na orgânica de todo o processo administrativo.

8 – Os Autarcas de Freguesia, participantes no 2º ENCONTRO NACIONAL DE FREGUESIAS, exortaram a ANAFRE a alertar o Poder Central e Partidário para a instalação de turbulência e do caos, prejudicando o exercício da Democracia e a Paz Social.

Matosinhos, 15 de setembro de 2012

António José Seguro em entrevista ao novo programa da RTP, "De Caras"

Manifestação Nacional "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas"







quinta-feira

Declaração do Secretário-geral do PS, António José Seguro, ao país, em 13/09/2012



"Há uma linha que separa a austeridade da imoralidade e essa linha foi ultrapassada. Ou o primeiro-ministro recua e retira a proposta de aumentar a TSU para os trabalhadores ou tomaremos todas as medidas constitucionais para a retirar. O PS apresentará uma moção de censura, a opção é do primeiro-ministro, está nas suas mãos." 

João Galamba acusa Vítor Gaspar de "selvajaria social"


 
O deputado do PS, João Galamba, fez hoje um violento ataque a Vítor Gaspar, que acusou de "selvajaria social": "O senhor ministro é um irresponsável e vai destruir este país", disse João Galamba, durante uma reunião da comissão permanente da Assembleia da República, com a presença do ministro das Finanças. "E tem o dever de recuar nesta experiência social que é uma catástrofe para o país". 

quarta-feira

Intervenção de Pedro Marques, Deputado pelo Distrito de Portalegre, na Assembleia da República, a 12 de Setembro

Sra. Presidente
Sras. E Srs. Deputados
Sr. Ministro das Finanças
O Governo falhou, e por isso o país definha numa profunda espiral recessiva.
O Défice está em praticamente 7%, a recessão vai nos 3%, e daí já não sai este ano, o desemprego há muito ultrapassou os 15%, a Dívida Pública já vai a caminho de uns incríveis 124% do PIB. O Governo foi incompetente a gerir as contas públicas, e agora estamos todos a pagar!
Depois de tanta incompetência, o Governo, com muito tempo de atraso, lá teve que aceitar mais um ano para o ajustamento.
Mas mais um ano para quê? Para mudar de política? Para pôr mais economia nas suas políticas? Não! Para continuar a mesma política. Esse é um erro profundo, que pagaremos muito caro uma vez mais.
Avisámos que o Programa de Ajustamento, sendo necessário, para promover o regresso à normalidade no financiamento, tinha que ser adaptado à realidade, ajustado à evolução da procura, era preciso por mais política económica nestas políticas.
Não. Agravaram a dose, muito para lá do programa de ajustamento inicial. Quase duplicaram a dose de austeridade, muito mais troikistas que a própria Troika.
Falharam, a receita falhou!
Chegados aqui, a Setembro de 2012, o que decidem? Agravar uma vez mais a dose, carregar no acelerador, acentuar a receita do Empobrecimento Regenerador. Dizem que andaram todo o ano a aprender o padrão de ajustamento da economia portuguesa? O resultado: Dezenas e dezenas de milhares de desempregados, falências, muito mais pobreza. Mas então não aprenderam nada? Se insistem e reforçam a dose, com mais cinco mil milhões de austeridade em 2013, é certo que voltarão a falhar. Quem pagará, uma vez mais, esta obstinação? Outra vez os portugueses.
Mais impostos, muito mais impostos, um grande aumento do IRS e das contribuições dos trabalhadores independentes, a par do aumento de impostos por via da alteração da TSU.
Mais cortes nas prestações sociais, e especialmente nas pensões, até 10% de cortes nas pensões, depois de terem anunciado que os pensionistas continuariam em 2013 sem 13º e 14º meses.
E não tente algum dos partidos da coligação ensaiar um falso afastamento destas escolhas. Não se está no Governo e na oposição ao mesmo tempo. As responsabilidades destas escolhas são de toda a maioria. Os aumentos de impostos, os cortes de rendimentos e pensões, o aumento de contribuições de trabalhadores independentes, são de PSD e de CDS, ao arrepio de tudo o que Passos Coelho e Portas disseram quando estavam na oposição!
Sra. Presidente
Sras. E Srs. Deputados
Não tenhamos dúvidas, o dia 7 de Setembro de 2012 pode ficar gravado na pedra, ir para os manuais de História pelas piores razões. O dia em que o Governo quis destruir o equilíbrio social em Portugal.
Romperam de uma penada, todos os mais importantes consensos com este país.
Em primeiro lugar, o consenso com o Estado de Direito. Sem este, o que nos protege? O Governo desrespeitou e afrontou o Tribunal Constitucional. Apesar da decisão do Tribunal Constitucional, que disse de forma clara que era injusto fazer recair sobre Pensionistas e Funcionários Públicos um esforço tão brutal de ajustamento, o que fazem? Mantêm o corte de dois subsídios a funcionários públicos e pensionistas, e até o agravam.
Mas vão muito mais longe, rompendo ostensivamente deste modo os importantes consensos sociais e políticos que restavam na sociedade portuguesa.
Promovem a maior redistribuição de riqueza e bem-estar do trabalho para o capital de que há memória em Portugal.
Um severo aumento de impostos para os trabalhadores, para todos os trabalhadores, mesmo os de salários muito baixos. O Salário Mínimo Nacional ou valores pouco superiores, serão diminuídos nominalmente. Inimaginável! Mais um passo no experimentalismo da economia dos baixos salários. E fazem-no de forma intencional, pois a redução da TSU nunca esteve nestes moldes no Memorando, e chegou mesmo a deixar de constar em posteriores revisões, mas foi agora recuperada intencionalmente pelo Governo.
Há um ano, esta proposta só funcionava bem em modelos académicos, agora é para a frente e em força!
E assim um Governo destrói um importante consenso político e social, num momento tão complexo da vida da nação. E esta proposta nem sequer contribui para a consolidação orçamental, o Alfa e o Omega desta governação. Até arrisca um efeito contrário. Mas esta também não é uma proposta com efeitos positivos no crescimento e emprego. Todos os analistas, comunidade académica, trabalhadores, empresários, aqueles que realmente conhecem alguma coisa das empresas, dizem que a ter algum efeito no emprego, será negativo, por via das falências e destruição de postos de trabalho, devido à quebra da procura interna.
Já conseguiram gerar um consenso nacional. Contra a mais errada das propostas, a alteração da TSU. Gerou-se o consenso de todos os partidos da oposição, dos parceiros sociais, da comunidade académica, dos trabalhadores, dos empresários, do povo português.
Um tumulto democrático, um tumulto social, institucional e político, eis o que se gerou em poucos dias.
Esta proposta não pode conhecer a luz do dia em forma de Lei. Eis o que vos exige todo o país em clamor! É, por isso, o último repto que vos deixo, em nome do Partido Socialista, a bem de Portugal.

O caminho do PS para sair da crise

Intervenção de António José Seguro, na Universidade de Verão do PS Porto, a 9 de Setembro