segunda-feira
Moção do PS aprovada em Assembleia Municipal, a 14 de Julho, sobre os Serviços Públicos
O Município de Nisa tem sido alvo nestes últimos anos dos mais
devastadores ataques por parte da administração central. A possibilidade desse
ataque poderá ter como argumento fomentador o facto dos elementos do actual
Governo português desconhecerem por completo a história e origem do concelho e
os dados associados àquele que é o maior concelho do Distrito de Portalegre,
logo após as 3 cidades existentes.
A partir da década de 60, também como resultado do fenómeno da
emigração, o concelho veio a sofrer de uma redução da população, contrariando o
que até aí caminhava em sentido inverso. Coincidência do destino, os nisenses
vieram, nesse período, a partir em busca de melhores condições de vida, nomeadamente
para o local de onde, praticamente 7 séculos antes, chegaram famílias com
destino ao povoamento desta mesma região, como Nice, Toulouse, Montauban ou
Arles.
Concelho de Nisa, Distrito de Portalegre, Alentejo, Interior. Com uma
importância geoestratégica que remonta ao paleolítico, Nisa faz fronteira com a
Beira Baixa através do rio Tejo, com Espanha através do Rio Sever, e com o
resto do Norte Alentejano através dos seus concelhos limítrofes desde Castelo
de Vide a Gavião.
Depois do actual Governo ter eliminado a representação da sua
administração no Distrito, não tem sido nem acreditamos que seja a capital de
Distrito, Portalegre, a fazer a melhor defesa dos interesses de todo o
Distrito, que ao longo destes últimos anos tem vindo também a definhar, ou
mesmo a cidade de Elvas, com um enorme desenvolvimento nos últimos anos, mas
mais virada para uma futura Euro-cidade. Nem serão concelhos com locais
encantadores como Marvão ou Avis (barragem do Maranhão), com praticamente metade
da população do concelho de Nisa, que farão soar a sua voz na defesa do território
Norte Alentejano.
Para além disso, este Governo já enveredou também pela falácia
economicista da redução de Freguesias, da redução das extensões de saúde e
postos da GNR, da alteração ao conceito de comarca, chamando a si de forma
interesseira a indicação dos concelhos com nova localização estratégica
regional, de redução de secções de finanças, e agora de redução de equipamentos
associados ao ensino público, o mais grave ainda, que foram alvo de avultados
investimentos muito recentemente.
A preocupação, o repúdio ou mesmo a perplexidade já não são suficientes.
Está na hora de dizer que estamos vivos, que não aceitamos esta investida, e
relembrar que, mais do que algum argumento, qualquer elemento do Governo é um
ser humano, que se pretende racional, semelhante a qualquer dos cidadãos que
vivem ou têm qualquer forte ligação com o concelho de Nisa e que estão, de
forma quase criminosa, a serem atacados, também através dos impostos.
É nesse sentido que os
elementos pertencentes à Assembleia Municipal de Nisa assim decidem:
- Que
termine de imediato esta investida feita pelo actual Governo de Portugal ao
Município de Nisa de redução e/ou encerramento dos serviços públicos;
- Que seja reorientada a listagem das escolas do ensino básico cujo
encerramento de prevê, mantendo as escolas básicas de Alpalhão e Tolosa em
funcionamento, as 2 maiores freguesias do concelho logo depois da sede de
concelho, e até porque cumprem o número superior a 21 alunos, anteriormente
colocado como critério pelo actual Ministro da Educação;
- Que a estratégia governamental passe definitivamente pelo investimento
no interior de Portugal, transformando-o num país que se pretende
homogeneizado, chamando-se a essa responsabilidade os representantes do
partidos políticos associados ao actual Governo nessas mesmas regiões do país.
Esta moção é da autoria do Grupo Municipal do Partido Socialista na
Assembleia Municipal de Nisa, abaixo assinados,
Marco
Oliveira
Adelino
Temudo / Maria Rodrigues
Gilberto
Manteiga
João
Santana
Jorge
Graça
Emílio
Moura
Artur
Dias
Para além do envio ao Governo de Portugal, pretende-se que seja dado
conhecimento do mesmo ao Presidente da República Portuguesa, à Presidente da
Assembleia da República e aos Deputados eleitos pelo Distrito de Portalegre, ao
Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo,
ao Presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo e aos
representantes máximos de todos os partidos na Assembleia da República.
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