terça-feira

Nova constituição do Conselho de Administração da Empresa Municipal “Ternisa, E.M.” - notas da acta da reunião de Câmara de 10 de Novembro - II


"O Vereador Francisco Cardoso referiu que sentia alguma dificuldade em perceber as constantes mudanças de opinião sobre este assunto, da Srª Presidente, pois, na primeira proposta formal sobre a composição do Conselho de Administração da Ternisa, a mesma apresentou o nome do Dr. José Basso, dizendo que era a pessoa que para além de ser “um filho da terra”, desde sempre esteve ligado à implementação do Projecto das Termas, agora, segundo diz, já não serve. Depois, quando os vereadores do PS sugeriram a continuidade da actual Administração interina até ao final do ano, a Srª Presidente não aceitou e insistiu na urgência da nomeação de nova Administração, porque as pessoas não queriam continuar e ela não podia continuar a abdicar do seu adjunto, Sr. Carlos Parreira, agora, já não se importa que ele fique na Administração, até final do ano!. São demasiadas contradições, num tão curto espaço de tempo.

Voltando à proposta agora em discussão, apresentada pela Srª Presidente, referiu o Vereador Francisco Cardoso que, a continuidade dos 2 vogais, até agora interinos, merece-lhe alguma reserva, pois, receia que a informação a prestar ao Executivo continue a ser pouco fiável, recordando que, ainda há pouco tempo, por exemplo, segundo os dados fornecidos pelo Sr Carlos Parreira, o nº de utentes recebidos na Ternisa, de 1 de Janeiro a 31 de Agosto, foi de 1328, uma semana mais tarde, segundo os dados do Dr. Vinagre o nº de utentes no mesmo período foi de 1808, ou seja, uma diferença de 480 utentes!


Apesar desta reserva, e independentemente de ir apresentar declaração para constar em Acta, sobre a sua abordagem nesta matéria, o facto de ser uma solução transitória até final do ano e o facto de a Srª Presidente, integrar na sua proposta o Dr. Nuno Moniz para Presidente do Conselho de Administração, leva a que o seu voto vá no sentido de não inviabilizar a mesma.

Assim, após a efectivação do intervalo solicitado, a Câmara Municipal de Nisa reunida aprova, por unanimidade, a constituição do Conselho de Administração da Empresa Municipal “Ternisa, E.M.”, nos termos propostos verbalmente pela Presidente do Executivo, como a seguir se refere:
- A designação do
Sr. Dr. João Nuno Ferreira Moniz para Presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal “Ternisa, E.M.”, para exercer funções executivas imediatas;
- A Designação do
Sr. Dr. Serpa Soares e do Sr. Carlos Parreira, para exercerem funções como Vogais do referido Conselho de Administração;
- A nomeação do
Dr. Serpa Soares e do Sr. Carlos Parreira é feita até ao final do corrente ano de 2010, verificando-se a sua substituição, caso o Executivo assim o entenda, a partir de Janeiro de 2011.

O Vereador Francisco Cardoso leu, perante o Executivo reunido, a declaração de voto cujo texto a seguir se transcreve:
Para clarificar a minha tomada de posição sobre este assunto, porque me parece ter havido alguma interpretação menos correcta de todo este processo, começo por afirmar que, para além da “pressão” com que nos últimos tempos, com regularidade, vínhamos sendo confrontados para indicar nomes para o Conselho de Administração da TERNISA, na Deliberação Nº 484/2010, aprovada na Reunião Extraordinária de 10 de Outubro de 2010, o Executivo comprometeu-se a auscultar algumas individualidades, que pudessem ter o perfil adequado para integrar o futuro Conselho de Administração da TERNISA, pelo que seguimos o que, normalmente, se faz nestes processos de decisão:
- Definem-se os objectivos, desenha-se o perfil que consideramos necessário para atingir os objectivos e escolhem-se as pessoas que se encaixam nesse perfil.
Ora, há muito que sabíamos quais eram os objectivos, o que queríamos, basicamente, um complexo termal que não só seja um projecto de qualidade e de referência no seu sector de actividade, mas também possa ser um pólo dinamizador da economia local e regional e um complexo termal que seja capaz de garantir a sua sustentabilidade económico-financeira.
Para se atingirem estes objectivos, entendemos que o Conselho de Administração tem de ter competências na área da saúde/termalismo e na área da gestão. Para além destas competências, entendemos que o Executivo não se pode demitir da sua condição de sócio maioritário, pelo que necessita de ter na Administração alguém que, para além de ser o seu porta-voz, garanta a fiabilidade da informação. Pensamos ainda que um factor a ter em conta na composição da Administração, deve ser uma forte ligação ao nosso concelho.
Foi na base desses pressupostos, e apenas isto, que, de entre as várias alternativas, propusemos para a gestão, as seguintes pessoas:
- Dr. José Manuel Basso, médico e a quem todos reconhecem “know-how” na área do termalismo, aliás, convém relembrar que é ele que está na génese deste projecto. Acresce que este foi o primeiro e único nome que, sob proposta formal da Srª Presidente da Câmara, já tinha sido apresentado ao Executivo, para potencial Presidente do Conselho de Administração;
- Dr. Nuno Moniz, gestor, de competência reconhecida, ligado ao mundo empresarial há vários anos, com boas relações transfronteiriças, a trabalhar no nosso concelho há mais de 20 anos;
E, para a ligação com o Executivo, face à incompatibilidade da Srª Presidente e do Vereador Bichardo e à indisponibilidade, quer da Vereadora Fernanda, quer da Vereadora Idalina, a única alternativa era eu próprio e, só por isso, embora com sacrifício da minha vida pessoal e profissional, mas em que os valores mais altos da minha condição de nisense que gosta da sua terra e de alguém que, responsavelmente, está habituado a fazer parte das soluções e não dos problemas, aceitei.
Resta acrescentar que, quer o Dr. José Basso, quer o Dr. Nuno Moniz, quer eu próprio, ao nos disponibilizámos para assumir a Administração da TERNISA, fizemos questão de sublinhar que, nesta difícil situação financeira que o Complexo atravessa, o fazíamos motivados por um forte espírito de missão, sem qualquer interesse financeiro, não querendo ter qualquer remuneração pelas funções a desempenhar.
Por ser esta a verdade dos factos, faço questão que fique em acta. Tenho dito.

Sem comentários: