segunda-feira

Expulsão de militantes do PS é processo "kafkiano, capcioso e insidioso", diz Narciso Miranda


O candidato independente derrotado nas autárquicas em Matosinhos Narciso Miranda classificou hoje a eventual expulsão de militantes do partido que tenham concorrido noutras listas como um processo "kafkiano, capcioso e insidioso".

Em conferência de imprensa, Narciso Miranda, que é também militante do PS, desafiou o secretário-geral socialista, José Sócrates, a tomar posição sobre esta questão, denunciando ainda aquilo que considera ser uma violação dos estatutos na eleições da concelhia de Matosinhos.

Segunda-feira, o presidente da Distrital do PS, Renato Sampaio, anunciou que tencionava levar à Comissão de Jurisdição do partido processo internos que podem levar à expulsão de militantes como Narciso Miranda ou a candidata independente em Valongo Maria José Azevedo, além dos filiados que tenham apoiado as suas listas.

O candidato independente à Câmara de Matosinhos, derrotado nas últimas eleições autárquicas pelo socialista Guilherme Pinto, considerou que este processo tem "sinais de atitudes inquisitórias, que apontam para eventuais condenações por delito de opinião", caracterizando-o como "kafkiano, capcioso e insidioso".
"É kafkiano por que se faz a condenação para a seguir preparar as razões que sustentam a condenação já produzida; é capcioso porque é um processe feito traiçoeiramente; é insidioso porque tem fases, sinais, pressupostos sustentados na calúnia fácil", explicou Narciso Miranda.

O independente apelou a José Sócrates para que este se manifestasse sobre a eventual expulsão de militantes do partido: "Meu caro secretário-geral do PS, em nome dos valores, das regras, do direito, da transparência, do rigor, diga uma palavra sobre isto".

Narciso Miranda aproveitou a ocasião para denunciar que "a concelhia de Matosinhos não votou as candidaturas do PS à Câmara de Matosinhos, violando gravemente o estipulado nos estatutos". "Em Matosinhos, os estatutos foram gravemente feridos, grosseiramente feridos, não houve votação [da escolha do candidato], então houve aqui uma inobservância dos estatutos", reiterou o independente.
Narciso Miranda acusou ainda Luísa Salgueiro - que integra a Comissão Nacional de Jurisdição - de ter estado na presente na reunião da Concelhia e de ser "conivente com esta inobservância dos estatutos do partido".

"Eu não afrontei o PS. Eu não criei nenhum acto, em momento nenhum, que colida com a declaração de princípios do PS", afirmou o candidato derrotado à Câmara de Matosinhos que reprovou o facto de estar a ser "condenado na praça pública à boa maneira da pré-historia".

"Estamos perante um problema de carácter político. Não é um problema nem administrativo, nem burocrático, nem estatutário, não é uma dissidência, não é um afastamento. É uma divergência que se resolve politicamente", concluiu Narciso Miranda.

Lusa

1 comentário:

Anónimo disse...

Quanto ás expulsões dos indesejáveis do PS, em que ficamos?Já foram expulsos ou será que os Orgãos Superiores do PS estão pensando em lhe dar uma segunda oportunidade? Se for isso,será mau para o nosso PS.