terça-feira

Artigo de opinião: "A importância dos nossos i/emigrantes"


Cá estamos nós no rescaldo da visita dos nossos irmãos emigrantes. Mais uma vez, fomos brindados com a sua visita ao concelho, aos seus familiares, ao comércio local, aos amigos de sempre. Há quem diga que neste hiato temporal, para descanso das suas profissões, deveria haver um reconhecimento legítimo por quem tem responsabilidade política, não só através de iniciativas de entrosamento com toda a população local, mas mais concretamente com uma qualquer referência fixa e visível, que transmita o reconhecimento por aqueles que em dada altura tiveram que rumar a outras paragens, à procura de melhores dias, mas sem esquecer os que cá deixaram e um termo económico chamado “transferências unilaterais”.

Apesar desse apelo, e tal como noutras situações, os resultados têm sido o que se vê. De forma a tentar branquear a questão, a presidência da Câmara Municipal esteve mais uma vez ao seu melhor nível, quando em finais de Julho resolve distribuir à população um novo Boletim Informativo da Câmara Municipal, fazendo um grande destaque à visita dos Maires de Azay-le-Rideau e de Cheilllé, respectivamente Michel Verdier e Jean Hurtevent, e ainda um representante do Maire de Saché, que ocorreu, imagine-se, em meados de Abril.

Sendo certo que este encontro deixou muito a desejar em termos de objectivos pertinentes, nomeadamente em “laços de cooperação”, “acordos” ou “intercâmbios”, vem então a senhora Presidente da Câmara de bandeira em punho, nesta altura, apregoar que é afinal uma grande defensora dos nossos emigrantes.

Por outro lado, temos também outra situação que consideramos pertinente, e que tem a ver com os destaques de primeira página que têm estado a ser dados neste Jornal de Nisa, agora sob a tutela da ADN.

Tendo em conta que, respeitosamente, a concelhia de Nisa do Partido Socialista tem sido abordada para utilizar 3000 caracteres de espaço no referido jornal, para dizer de sua justiça, as últimas capas do jornal têm dado destaque a uma série de situações que resultam unicamente de relações institucionais da própria Câmara, e quase dão a entender que a vida política, social, económica, turística, se resume a uma novela, sempre com os mesmos intervenientes. Ao referirmos isso damos só como exemplo as últimas três edições, que entram no período de Verão: em Maio surgia em primeira página o título “Oposição chumbou projecto e retirou competências …”, relativamente à morte de árvores no Largo Heliodoro Salgado, mas ainda hoje se aguarda que a senhora Presidente explique de quem foi a responsabilidade – o título não terá sido o melhor; em Junho, também em primeira página, entrevista, grande destaque e explicações do Presidente do Conselho de Administração da Ternisa, Dr. Jorge Rebeca; em Julho, também em primeira página, entrevista, grande destaque e explicações do Director Executivo da ADN, Dr. Vítor Camarneiro. Salvo algumas raras excepções, e havendo a possibilidade de alguns intervenientes concelhios se poderem justificar, os compradores deste jornal ficam com a ideia que sem dúvida Nisa poderá afinal estar já situada num pequeno espaço mais próximo do paraíso e que todos vamos viver felizes para sempre. Não ficaria bem ao Partido Socialista, se não recomendasse, com todo o respeito, uma maior visão aos seus responsáveis sobre outras situações que garantidamente não valorizam o nosso concelho, interna e externamente.

Resta-nos continuar a trabalhar, fazer uma boa rentrée, continuar a defender os interesses de todos os cidadãos deste concelho, tal como temos feito, sempre atentos às opiniões e aos interesses acomodados, mas criar soluções para levar Nisa ao rumo certo, assim nos permitam as regras democráticas.

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