quarta-feira

Artigo de opinião: "O risco de fazer bem"


Estamos no interregno deste período legislativo. Não chegando ainda a um ano de Governo, desde as últimas eleições, o Partido Socialista desdobrou-se numa série de entendimentos com os vários partidos representados na Assembleia de República, assim seja o que é devido por um partido que não tem maioria absoluta, mas utiliza as possibilidades que uma Constituição da República democraticamente permite.

Conseguiu estar ao lado dos partidos que deixam o registo da sua posição política no país, não por alguma qualquer marca de governação, mas por serem grandes defensores de minorias, veja-se o caso do casamento homossexual. Conseguiu também que fosse aprovado o Orçamento de Estado para este ano, bem como o PEC, contando com o apoio dos partidos que se intitulam de direita, mas que politicamente, e por vezes, também transmitem ter mais responsabilidade do que outros, quando perante uma situação de crise que resulta de efeitos internacionais, sabem pelo menos o que significa a apresentação de moções de censura numa conjuntura adversa. Para os comunistas e radicais (leia-se as auto apelidadas ovelhas negras do PSR que fazem parte agora do Bloco de Esquerda) o que interessa é destruir.

Logo após estes dias de temperaturas tórridas acima dos 40º, anunciam-se novas reformas, novos reajustamentos, que o país assim pede, como seja uma redução drástica de milhões nos valores do rendimento de reinserção social que maioritariamente é acusado de ser indevidamente distribuído, no seguimento também dos reajustamentos mais recentes que ocorreram por exemplo na área da saúde ou da educação.

Por outro lado, temos o principal partido da oposição a querer brincar às Constituições, através de um processo que mais não é do que substituir a Constituição existente por uma linha completamente neoliberal, querendo impor o programa eleitoral destes novos dirigentes do PSD, que nem sabem o que quer dizer social-democracia.

Entretanto, na paz tranquila deste Alentejo tão distante, a Câmara Municipal de Nisa vai fazendo questão de ser notícia, pena que seja pelos piores motivos. Devido à desgovernação e ao despesismo que anteriormente existiu, não temos este ano a apelidada Feira de Gastronomia, também devido à responsabilidade e ao rigor que os actuais elementos da oposição assim impuseram, para que esta Câmara não entre em falência técnica. Já sabemos do endividamento do Município, para além do prejuízo e da situação da Ternisa e das nossas termas, que todos queremos que seja um sucesso e tenha os melhores resultados, entre outras situações.

Mas a última então é de bradar aos céus. Aberto um concurso para motorista de pesados na Câmara Municipal, resolveu concorrer um habitante desta terra, motorista de profissão, com habilitações invejáveis, só lhe faltando ter uma categoria de veículos para ter a carta de condução completamente preenchida, para além de ser e ter o curso de instrutor de condução e de mecânica de pesados. Na realização da primeira prova, que foi precisamente a parte técnica de condução, para além deste candidato ter sido avaliado por elementos que têm muito menos habilitações nesta área, o que já por si é caricato, conseguiram o surpreendente de no resultado final não colocar o referido candidato em 1.º lugar, ficando atrás de candidatos também com menos habilitações para o lugar. É a mesma coisa de um doente ir ao médico e ser o próprio doente a dizer ao médico quais são os medicamentos que irá tomar.

Se for caso disso umas boas férias e tentem ir descansar talvez para outras paragens, porque há realmente pessoas nesta terra que na realidade não devem existir. E depois dizem que são más línguas …

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