Não sabemos se este título seria o que o Jornal de Nisa estaria a pensar para a primeira página deste número, até porque no número anterior, o título da aprovação do Orçamento, com as abstenções do PS e do PSD, seria mais do que legítimo para quem não quer travar o funcionamento do Município, ainda que as Grandes Opções do Plano e o Orçamento apresentem conteúdos que não correspondem ao que o PS deseja para o nosso concelho.
Em todo o caso, o que resultou como negativo das reuniões realizadas para análise e discussão principalmente do Orçamento, foi o papel ridículo a que chegaram os eleitos municipais da CDU no concelho de Nisa.
Após os Vereadores da CDU terem aprovado o Orçamento em reunião de Câmara, vêm os Deputados Municipais da CDU a chumbá-lo, porque existiam uns “lugares” que se deveriam manter para 2012, depois da Presidente da Câmara não querer abrir, por vontade própria, os respectivos concursos para esses “lugares” durante todo o ano 2011. A inércia a que chegou este concelho não é para estes senhores relevante, mas sim a possibilidade de se poderem aconchegar duas ou três famílias do concelho à Câmara Municipal, que poderão vir a fazer falta para as tais contas que a CDU está habituada a fazer em altura de autárquicas. Mas será que se esqueceram dos que se encontram na disponibilidade? Não teriam estes maior sorte do que a alguns nisenses que desesperadamente tentam conseguir estabilidade nas suas vidas e num concelho onde, com estes senhores, não se augura nada de novo?
Depois dos Deputados Municipais da CDU terem votado contra a proposta que os seus Vereadores aprovaram (com algumas jogadas estratégicas de presença ou não nas votações da própria sessão da Assembleia Municipal), vêm os Vereadores da CDU, em reunião de Câmara, a dar uma lição aos seus Deputados Municipais, explicando-lhes o que é solidariedade partidária. Votaram no mesmo sentido, ou seja, votaram contra o seu próprio Orçamento. Algo no mínimo anedótico para muitos Municípios deste país.
Por outro lado, e mais do que isso, os Vereadores do PS consideraram que os compromissos e a dívida transitada manietam fortemente qualquer tipo de ousadia estratégica, contudo, para não serem acusados de inviabilizar pagamentos por não existir Orçamento aprovado (que foi a mensagem que a Presidência da Câmara estava a fazer passar para os fornecedores e demais credores), resolveram votar a favor, no seguimento da obtenção de algumas contrapartidas. Os Vereadores do PS conseguiram assim uma redução no valor total do Orçamento em cerca de 1 milhão de euros, mas criaram também as condições para o avanço da tão desejada ampliação da Zona de Actividades Económicas, do tão ambicionado Parque Desportivo, e conseguiram que fosse estabelecida verba a definir para a possibilidade de realização da Nisartes durante o ano 2012, que não contemplará naturalmente as verbas astronómicas que serão os anos seguintes a pagar.
Faz praticamente um ano que foi aprovada, na Assembleia Municipal, uma Moção de Censura à Presidente da Câmara de Nisa. Mais do que acatar a decisão dos eleitos municipais e pedir a sua demissão, continua a preferir o papel da vitimização, tentando passar cenários para o exterior em que já ninguém acredita e a apresentar um vazio de alternativas para o desenvolvimento deste concelho. Quando não é a vitimização é o aproveitamento de matérias tão sensíveis às populações, como são, por exemplo nesta altura, a redução das extensões de saúde ou da agregação de freguesias, imputando responsabilidades aos Governos, mas sem ter a iniciativa ou fomentado a defesa organizada das nossas populações.
Sem comentários:
Enviar um comentário